domingo, 11 de setembro de 2011

Grupo de Estudos Universidade que transforma e Reunião aberta do CAEL.

Prezados alunos,

convidamos a todos para participar do grupo de estudos "Universidade que transforma", a se reunir pela segunda vez nesta segunda-feira, dia 12, 18h15, sala 2 do Anexo. Para quem não sabe, o grupo é autônomo e aberto a qualquer um (aluno / professor). O próximo eixo de discussão abarcará o tema 'Acordo MEC-USAID'. Há um texto base que é mola pro debate, neste link: http://www.marculus.net/textos/voce%20sabe%20com%20quem%20esta%20falando.pdf. Os interessados em participar, se tiverem ânimo, podem começar a ler. Até lá!

PS: e lembramos que, no dia 15 (quinta-feira), 18h15, sala 3 do Anexo, haverá nossa primeira reunião aberta, para a qual convidamos (principalmente) todos os alunos do curso de Letras.
Pauta:
i). discussão sobre a recente mobilização estudantil;
ii). estudo e reelaboração do Estatuto do CAEL;
iii). formação de comissões para jornal do CAEL e sarau da II Semana de Letras.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Carta aberta aos estudantes de Letras

4/9/2011
Carta aberta aos estudantes de Letras

Querer o bem com demais força, de incerto jeito,
pode já estar sendo se querendo o mal, por principiar.
Esses homens! [...] cada um só vê e entende as coisas dum seu modo.
(Grande Sertão: Veredas)

Na última assembléia dos estudantes da Unifesp-Campus Guarulhos (quinta-feira, 1º de setembro), como vocês devem saber, votou-se pela paralisação das atividades acadêmicas nesta segunda e terça-feira, dia 5 e 6. A medida, pela forma e circunstâncias com que foi aprovada, provocou burburinho entre alunos e professores que, indignados, mostraram clara oposição. Isto vemos, por exemplo, no curso de Letras, motivo pelo qual nós, do Centro Acadêmico dos Estudantes de Letras (CAEL), viemos por meio desta nos posicionar reflexivamente frente a conjuntura atual.
Realmente, a forma como a última assembleia foi conduzida não deve ser livre de críticas. Evidentemente mais vazia do que a penúltima, com um quórum reduzido, a votação da paralisação, se não se deu de maneira forçada ou autoritária (não contaram os votos), no mínimo causou certo estranhamento àqueles que assistiam. Mais uma vez se viu tomarem o microfone para fazer ataques pessoais. Mais uma vez se ouviu epítetos correntes do tipo "pelego", simplesmente por se expressar opinião diversa daqueles que foram favoráveis à paralisação.
O que vemos, assim (e aqui o CAEL se posiciona), é a intolerância e imaturidade do nosso movimento estudantil como um todo. Ora, onde está o debate democrático? Assembleias somente? ...Mas como debater nas assembleias se, a depender de sua opinião, você corre o risco de ser rechaçado e ouvir vaias? Quantas vezes isso não acontece em nossas assembleias? A conclusão não pode ser outra: o discurso, ali, é vertical, impositivo, repressor, e não aceita receber críticas; ele vem de cima, resultando no fato de que poucos - por recearem constrangimento - vão tomar o microfone para discordar. Em outras palavras: se se luta contra a repressão, torna-se repressor!
Segue-se que, se o movimento estudantil rema contra a corrente da ideologia neoliberal na educação, do sucateamento do ensino, da burocracia universitária e outras pautas similares, ele acaba por passar ao extremo oposto: o radicalismo sem peias, indisposto a repensar seus métodos e corrigir possíves equívocos, averso à teoria como complemento e norte da ação, ou como instrumento de politização. Vai daí que cai na cegueira: a greve, moeda cara nossa e que deve ser lançada em último caso, é banalizada, pois veem-na como solução para tudo.
Daremos dois exemplos daquela intolerâcia de que falamos. Na última assembleia, um aluno tomou coragem para falar ao coletivo dos estudantes efetivamente mobilizados; disse que o método por eles adotado estava errado ("tá errado!"), que as decisões e juízos baseavam-se em clichês ("senso comum"); disse ainda que era amigo e solidário para com a causa por trás (a pauta que motiva a agir) e propôs outras saídas (um jornal). No entanto, foi não só taxado de "pelego" como ignoraram sua proposta: ao contrário, propuseram e votaram greve por dois dias ("paralisação das atividades acadêmicas"). Outrora (o 2° exemplo), este Centro Acadêmico organizou uma mesa-redonda com a participação de docentes sobre movimento estudantil. À parte o fato consequente de muitos alunos manifestarem interesse em debater as questões políticas inescapáveis à academia, soubemos que, em contrapartida, fomos igualmente taxados de "pelego" por terceiros...
E aí indagamos: "pelego" simplesmente porque convidamos professores para palestrar? Os professores são "do mal" e os alunos "do bem". É isso? Porque, se for, antecipamos que esse maniqueísmo não faz parte de nossa diretriz política. Nós, do CA, frisamos, em carta aberta enviada aos professores de Letras, que buscaremos o diálogo (simétrico). Não se deduza daí, entretanto, que faremos a política da "boa vizinhança". O que precisar ser feito, será. Acreditamos mesmo no trabalho de formiguinha, que é o trabalho de conscientização, de politização - algo que, no nosso entender, falta aos alunos (e a muitos professores) do campus Guarulhos.
Em suma, a maneira torta como as coisas têm sido conduzidas levou o nosso movimento estudantil a perder credibilidade. No entanto, críticas também cabe ser feitas do outro lado, o que mostra que o mesmo movimento estudantil não está de todo errado...

O OUTRO LADO DA QUESTÃO

De nada adianta "descer a lenha" no movimento estudantil e voltar passivamente para dentro da sala de aula, como se tudo estivesse bom ou normal. De forma alguma. Se a maneira como os alunos enjagados vem se articulando é reprovável, não o é a causa por que lutam: corte de verbas na Educação, que nos afetará diretamente (falta de professores, de salas de aula e tudo o mais), ameaça da privatização das universidades (supremacia da ideologia de mercado) e perda do espaço público (e, consequentemente, do direito à educação) etc.
Quer dizer: a pauta tem, sim, muito pano pra discussão e mobilização. Mas se discute? Quando é que paramos para estudar e procurar conjuntamente saídas para tal situação? Muitos alunos, isto é inegável, não querem greve nem discussão porque não querem atrasar sua formação: têm como horizonte a obtenção do diploma o mais rápido possível. Porém se esquecem de que a obtenção do diploma o mais rápido possível não vai prepará-los o bastante para encarar a vida, para responder com propriedade à pergunta de um aluno, ou para, vez ou outra, palestrar longamente sobre tal assunto.
Foi ovacionada, na Assembleia Geral da Unifesp de terça passada (dia 30), na Vila Clementino, a fala de uma funcionária do hospital local. Ela pôs a nu os bastidores da Unifesp ao chamar a atenção para a escassez de recursos do hospital e para as deficiências do campus da saúde em São Paulo. Em seguida, questionou o tipo de profissional que a Unifesp, em geral, pretende formar. Só o "brasão", disse ela, não é garantia de que você trabalhará em boas condições. No final, terminou sua fala dizendo que a situação atual "tá uma aberração".
Por esse exemplo, seria insano afirmarmos que as coisas andam bem e que o movimento estudantil vive a reclamar da vida, como entendem alguns alunos. Reconheçamos: o coletivo mobilizado toma a iniciativa ao alertar os alunos para os problemas que os acercam, quando outros não o fariam. Aí está o seu mérito, como também nas conquistas da greve ano passado. Ora, quem, principalmente na Letras, poderá afirmar que a greve só trouxe prejuízo se o espaço onde estuda é uma conquista da greve? Se vem para a universidade com o ônibus da linha Itaquera-Pimentas? Se cresceu o número de alunos beneficiados com o Auxílio Permanência e a criação do Núcleo de Apoio Estudantil (NAE)? Na mesma toada, muitos podem afirmar a ilegitmidade das deliberações da última assembleia, devido ao quorum pequeno. Mas cadê os alunos lá presentes para ouvir e votar contra?
Por tudo isso, devem-se dosar as críticas e relativizar os julgamentos. Nós enfrentamos ainda problemas estruturais: sala de informática com uma impressora frustrante (ainda que outra sala de informática esteja sendo montada); falta de salas de aula (do contrário, não estaríamos ocupando salas do CEU e obrigando as crianças da comunidade a migrarem para salas de ginástica improvisadas! É alarmante a insuficiência de salas para comportar os calouros de 2012); transporte (alunos esperando mais de uma hora na fila do Itaquera, embaixo de sol e chuva). Isso sem contar, num nível mais amplo que aponta para o autoritarismo arraigado em nossa cultura, a desvalorização da categoria dos técnicos-administrativos de ensino superior por parte do governo, que tentou sufocar e deslegitimizar a greve - um instrumento legal de luta.
A pergunta que fica é: o que é uma universidade pública de qualidade? O que é vivenciar a universidade? Votar a favor ou contra não significa que a questão se encerrou, mas que o debate deve, não continuar, e sim começar (no nosso caso). Chamamos todos, por isso, para o debate e para uma maior participação política dentro (e fora) da universidade, lembrando que amanhã, terça-feira, 6, tem Assembleia Geral dos Estudantes de Guarulhos.

Também, neste sentido: o CAEL promoverá o segundo encontro de seu grupo de estudos ("Universidade que transforma") na próxima segunda-feira, dia 12, às 18h15; tema - acordo MEC-USAID (que determinou os rumos da educação em nosso país nos percalços da ditadura). Há um texto-base para a discussão que iremos divulgar. Já no dia 18, quinta-feira, 18h15, na sala 3 do Anexo, acontecerá nossa primeira reunião aberta com os estudantes de Letras. A pauta inclui, até agora, i) discussão do estatuto e ii) formação de comissões para sarau e festa no CA.

Fraternalmente,

Centro Acadêmico dos Estudantes de Letras - CAEL
Gestão "Letras em Ação: Inovar para Transformar"
caelunifesp@yahoo.com.br
www.letrasemacao2011.blogspot.com

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Grupo de Estudos: Universidade que transforma.

Atenção para o próximo encontro do grupo de estudos Universidade que transforma.

Será no dia 12/08, segunda-feira. O texto base para discussão em grupo será "Você sabe com quem está falando? o contexto da lei n.o 5692/711", de Marcos Ferreira Santos.

O texto está disponível para download no link abaixo:

http://www.marculus.net/textos/voce%20sabe%20com%20quem%20esta%20falando.pdf

Obs: Em breve divulgaremos a sala onde ocorrerá o encontro.

CAEL.