quarta-feira, 27 de abril de 2011

Carta-programa - Inovar para transformar

Algumas propostas
Dada a recente criação do curso de Letras nesta universidade (início em 2009), entendemos como de suma importância o diálogo efetivo e constante entre alunos e professores sobre questões que envolvem, por exemplo, tanto a grade curricular quanto o engajamento em projetos de atividades culturais/acadêmicas.
A grade foi recentemente alterada para poder comportar adequadamente – de acordo com a disponibilidade dos alunos – o número de Unidades Curriculares (UCs). Pela antiga versão do cronograma, os graduandos de dupla habilitação (como português/inglês) que desejassem fazer Licenciatura e Bacharelado, o fariam em quatro anos. A reformulação da grade estendeu pra cinco anos. Por esse motivo é que a chapa Letras em Ação não exclui de sua pauta o diálogo entre docentes e discentes e pretende ampliar o debate acerca da reforma curricular, de modo que todos se inteirem do assunto e estejam conscientes das mudanças que podem influir em sua formação.
Não só o diálogo, mas demos atenção também à organização de eventos (contamos anualmente com a Semana de Letras) e, em se tratando de congressos e conferências no âmbito externo (como o Seminário do GEL, o Encontro Nacional de Estudantes de Letras, ou ainda o Congresso Nacional de Estudos Clássicos), à articulação dos graduandos.
O que se seguiu até aqui foi, conforme anuncia o título, esboçar em termos muitos sucintos algumas propostas da chapa Letras em Ação. O grupo dela representativo está empenhado no planejamento e maturação de outros projetos, enquanto as eleições se aproximam.

Universidade sem debates não é universidade 

Nós, da chapa Letras em Ação, priorizamos o estreitamento do diálogo entre professores e estudantes; acreditamos que o CA (Centro Acadêmico) é a voz dos estudantes, sobretudo um espaço de discussão para formação intelectual. É importante que os estudantes se apropriem desse espaço de interação de ideias políticas para que o olhar da universidade não se limite apenas para salas de aulas, pois universidade sem debates não é universidade. Aqui é um lugar de reconhecer vertentes de pensamentos e criar o mundo com novas consciências artísticas, políticas e sociais. Nós, da chapa Letras em Ação, acreditamos que o papel do CA é fundamental para essa conscientização do espaço da universidade e da formação política dos estudantes.

As discussões sobre políticas educacionais serão de tamanha utilidade para o nosso conhecimento estudantil. Dessa maneira, queremos propor que os estudantes façam grupos de estudos para avaliar a grade do Projeto Pedagógico de Letras, e também percebemos a necessidade de discutir sobre o REUNI (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), por isso vamos trazer palestras na semana de Letras de profissionais da área da educação para discutir o que é o REUNI e como esse projeto de expansão das universidades federais nos atinge. Comprometemos-nos a fazer uma mobilização para promover discussões que façam os estudantes sentirem-se confortáveis para expor também os seus pontos de vistas, reconhecendo outras vertentes políticas que agem no mundo atual, com relação à infraestrutura da universidade e o que ela significa no bairro Pimentas.

Sobre o CA

O CA é uma instituição civil, não um veículo de divulgação partidária. Entretanto, um estudante partidário pode participar do CA e expor as suas ideias livremente, sabendo que essas ideais serão voltadas a uma política para o corpo discente, ou seja, não podem estar vinculadas ao marketing político de qualquer partido. O CA não é um espaço de campanhas partidárias, é acima de tudo um espaço de expressão do estudante-cidadão. 

“O CA (Centro Acadêmico) é responsável por acompanhar a elaboração e a execução da proposta orçamentária da Unifesp, incluindo a fiscalização dos diversos departamentos administrativos dos campi” (Jornal Manuscrito do DCE)

Do estudante-cidadão

Não queremos doutrinar nenhum estudante, queremos mostrar o poder que ele tem com relação à história e à estrutura dessa universidade. Apresentar os meios políticos que o estudante pode tomar partido para expor a voz, construir uma consciência de que o maior órgão de ação dos estudantes de letras é a assembléia geral. Nesse momento, o curso de letras possuía 534 alunos matriculados, sendo que para alterar o estatuto ou mudar algo dentro da faculdade é necessário apenas 5% do total de estudantes letras para efetivar qualquer mudança. São, portanto, 27 pessoas que comandam a vida pública de 534 alunos. É preciso agir, se impor dentro desse espaço e conhecer outros ambientes além da sala de aula para expressar a voz.

Todos têm direito de construir a história dessa universidade, estamos na terceira turma de Letras e ainda temos problemas com a infraestrutura do campus como: a xérox, o bandejão e as salas de informática. Temos direito de opinar sobre isso, o ensino é público, portanto essa formação de profissionais de letras é de responsabilidade coletiva.

Os discentes não precisam aceitar tudo que o docente faz, é nosso direito também avaliar essa didática acadêmica, retornando para os docentes as nossas experiências, sensações e sentimentos com relação às avaliações que nos dão prontas. Para reconstruir o CA e aproximá-lo dos estudantes, propomos uma nova consciência de estudante, alguém aberto aos problemas da faculdade e também da comunidade Pimentas.

Um estudante que age no mundo cônscio de que as teorias que aprende em sala de aula vão além quando aplicadas na vida real. A sabedoria está em articular a práxis e a teoria, tendo liberdade para exposição da sua voz pública e reconhecendo o poder estudantil como protagonista na conscientização política e intelectual do mundo.